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MANIFESTO GAIA, 09 de julho de 2024

  • Foto do escritor: Frei Basílio de Resende ofm
    Frei Basílio de Resende ofm
  • 19 de jul. de 2024
  • 38 min de leitura

Atualizado: 22 de jul. de 2024

 

Manifesto

Gaia -  2024

– Advertência, Apelo, Compromisso –

 

Em 9 de julho de 1955, em uma conferência de imprensa realizada em Londres, foi apresentado ao mundo o chamado Manifesto Russel-Einstein, redigido por Russel e subscrito por Einstein e outros nove cientistas e intelectuais de renome. O Manifesto teve como objetivo alertar o mundo sobre as terríveis consequências de uma guerra nuclear e propor a resolução pacífica dos conflitos internacionais para evitar a “morte universal”.


Com base nos princípios e conceitos de vários pensadores atuais e com adoção de vários dos termos e frases (em itálico no texto a seguir) do documento de 1955, os signatários desse Manifesto, apelam a todos os seus irmãos, habitantes da nossa Casa Comum, para se conscientizarem das terríveis consequências – que podem chegar ao ponto de uma “morte universal” – das alterações ambientais, entre elas as mudanças climáticas, que estamos provocando em todo o Planeta.


E, caso concordem com os termos desse Manifesto, também o subscrevam como sinal de sua decisão de adotar um novo modo de vida que reduza drasticamente os impactos ambientais e proporcione, ao mesmo tempo, a prosperidade e a felicidade verdadeiras.

 

Advertência, provinda da Razão:  da ciência e da observação

 

O desequilíbrio crescente que ações humanas têm causado em Gaia, sistema unificado de entidades e de relações complexas de estreita interdependência que inclui os seres vivos – humanos ou não – e o mundo em que vivem, tem resultado em danos que  colocam em grave perigo a sobrevivência da própria humanidade. Para que a vida, como a conhecemos, possa continuar, precisamos urgentemente de um novo modo de pensar e de uma nova maneira de viver.


De fato, na trágica situação que a humanidade enfrenta, de rápida e crescente degradação do clima e dos ecossistemas, sentimos que todos nós devemos repensar nossa vida e avaliar seriamente os perigos que surgiram como resultado de um desenvolvimento baseado no consumismo desenfreado de uma parcela da população em detrimento de grande parte dos habitantes, da fauna e da flora da Terra, um desenvolvimento que se baseia na ilusão de que é possível um crescimento infinito em um Planeta finito, no mito de que a prosperidade só é possível com crescimento e na presunção de que podemos abusar da natureza impunemente.


Falamos nesta ocasião, não como membros desta ou daquela parte da sociedade, cidade, país ou credo, mas como seres humanos, membros da espécie Homo Sapiens, cuja existência nas próximas décadas e séculos é duvidosa.


Além da degeneração ambiental, o mundo está cheio de conflitos entre pessoas, grupos sociais, ideologias e crenças, países, blocos estratégicos globais, setores produtivos, empresas transnacionais e multinacionais e membros das instituições dos governos. E os conflitos se agravarão, com toda certeza, devido às disputas, por recursos e por espaços estratégicos, resultantes dos problemas ambientais que têm se acentuado a cada dia.


A intensificação das rivalidades poderá resultar em guerras e na hecatombe nuclear há tanto temida e jamais afastada por uma renúncia global às armas nucleares e por uma decisão, por parte de todos os governos do mundo, de encontrar meios pacíficos para a resolução de todas as questões de disputas entre eles.


Recebemos de nossos ancestrais um Planeta habitável, belo, relativamente estável,  equilibrado, com uma imensa quantidade de recursos que nos permitiram chegar ao ponto em que estamos.


No entanto, a falta de visão, a ganância e o egoísmo daqueles que assumiram postos de autoridade e dos que se apropriaram da maior parte dos bens econômicos já nos colocaram a todos em situação de grave risco, com sensível ameaça à sobrevivência de muitos no presente e das gerações futuras. Não há como negar que imensa parcela da população mundial permanece às margens dos propalados benefícios que a tecnologia, a ciência e as políticas do denominado desenvolvimento econômico trouxeram a uma minoria, cada vez mais egoísta e concentradora das riquezas, de rendas e benesses da civilização contemporânea. Basta verificar os dados referentes à fome, à miséria e à pobreza de vastas populações, à falta de saneamento  básico e de água potável, à situação dos campos de refugiados e às migrações massivas dos que procuram fugir das condições inumanas da vida sob tiranias locais ou guerras.


Em uma situação em que a racionalidade prescreve indubitavelmente a cooperação, a sobriedade, a união, a solidariedade, a compaixão e a ação não-violenta, a humanidade tem preferido a via historicamente trilhada do ataque aos grupos e países que cada parcela elege como seu inimigo, o culpado pelas mazelas de que padece.


A população em geral, e mesmo a maior parte das pessoas em posições de autoridade, não perceberam ainda, com a necessária profundidade e clareza, o que está envolvido na situação ambiental do Planeta. O público em geral tem sido levado, de forma incipiente ainda, a pensar apenas em termos de mudanças climáticas, cujos efeitos na temperatura, nas chuvas e nas secas são mais fáceis de serem percebidos.

No entanto, pelo menos em cinco aspectos, já ultrapassamos, em 2023, os limites das condições seguras para a continuação da vida na Terra: integridade da biosfera, novas entidades, mudanças no uso da terra e da água doce e fluxos biogeoquímicos. E três outros limites, ao que tudo indica, em breve também serão ultrapassados: acidificação dos oceanos, carga de aerossol atmosférico e destruição da camada de ozônio[1].


Mudanças climáticas – concentração de CO2 e outros gases de efeito estufa, balanço energético entre a Terra e o espaço.

Novas entidades - Poluição causada por novos compostos químicos tais como plásticos, tintas, pesticidas, cosméticos etc.

Destruição do ozônio estratosférico – Buracos na camada de ozônio provocados pelo cloro contido nos gases que contém cloro e flúor (CFC’s)

Carga atmosférica de aerossóis - Poluentes atmosféricos tais como poeira e fumaça.

Acidificação dos oceanos - Concentração de íons carbonato no oceano.

Fluxos biogeoquímicos – Poluição das águas pelo nitrogênio e fósforo dos fertilizantes agrícolas - Eutrofização

Mudanças na disponibilidade de água doce - Quantidade de água disponível para humanos e plantas. Verde: água contida nas plantas, no solo e nas nuvens. Azul: água dos rios, lagos, geleiras e aquíferos.

Mudanças no uso da terra – Tamanho da área de florestas e outros biomas.

Integridade da biosfera – Perda da biodiversidade e velocidade da extinção das espécies.


 

Muitas advertências têm sido proferidas nas últimas décadas por eminentes homens da ciência e por autoridades em política, economia e sociologia. Nenhum deles dirá que as piores e mais degradadas condições ambientais e climáticas são certas. O que dizem é que estas condições estão, a cada dia, mais próximas e que ninguém pode ter a certeza de que não serão atingidas nos próximos anos e décadas caso os preceitos e rumos da economia e a tecnologia atuais não sejam imediata e drasticamente alterados. Ainda não descobrimos que as opiniões dos especialistas sobre estas questões dependam, em qualquer grau, das suas tendências políticas ou preconceitos. Dependem apenas, até onde as nossas pesquisas revelaram, da extensão do conhecimento e da honestidade intelectual do especialista específico. 


Mas o que talvez impeça a compreensão da situação, mais do que qualquer outra coisa, é que o termo “humanidade” parece vago e abstrato. As pessoas mal percebem na imaginação que o perigo é para elas mesmas, para os seus filhos e para os seus netos, e não apenas para uma humanidade vagamente apreendida. Dificilmente conseguem compreender que elas, individualmente, e aqueles a quem amam, estão em perigo iminente de perecer de forma agonizante. E assim esperam que os rumos atuais possam continuar, desde que alguns ajustes menores sejam feitos, desde que novas tecnologias sejam desenvolvidas. Mas a maior parte da tecnologia que criamos desde a Revolução Industrial tem solucionado problemas somente à custa da criação de novos e mais difíceis problemas, em uma espiral crescente. Ela tem se mostrado, assim como a economia, uma tecnologia que mata.


Esta esperança de que ajustes pontuais e tecnologias avançadas impedirão a degeneração grave do ambiente e do clima é ilusória. A maior parte dos limites já foi ultrapassada e o retorno às condições prévias irá demorar centenas, provavelmente milhares de anos, e isso se as alterações necessárias forem feitas extensa e rapidamente.


Aqui está, então, o problema que apresentamos, severo, terrível e inevitável: devemos pôr fim à espécie humana; ou a humanidade renunciará ao modelo econômico e tecnológico atual? As pessoas que estão em vantagem hoje dificilmente aceitarão mudanças de rumo, pois preferem manter seus privilégios, que consideram como direitos adquiridos, mesmo ante as perspectivas inegáveis de aniquilamento geral.

 

Apelo, provindo do Coração: do bom senso, da responsabilidade, da solidariedade

 

Quase todas as pessoas politicamente conscientes têm fortes sentimentos sobre uma ou mais dessas questões; mas queremos que todos, se puderem, deixem de lado esses sentimentos e se considerem apenas como membros de uma espécie biológica que teve uma história notável e cujo desaparecimento nenhum de nós pode desejar. Tentaremos não dizer uma única palavra que deva agradar a um grupo e não a outro. Todos, igualmente, estamos em perigo e, se o perigo for compreendido, há esperança de que possamos coletivamente evitá-lo.


Temos que aprender a pensar de uma nova maneira. Temos de aprender a perguntar-nos não que medidas podem ser tomadas para permitir, ainda que com ajustes, a continuação do modelo econômico e tecnológico e da organização social que nos trouxe à situação em que estamos, pois já não existem tais medidas; a questão que temos de nos colocar é: que medidas podem ser tomadas para definir um novo modelo que permita à humanidade viver em harmonia consigo mesma e com todos os seres viventes do Planeta? Que medidas podem ser tomadas para mitigar as consequências dos danos ambientais que já causamos e evitar a sua ampliação em curto, médio e longo prazo, já que a manutenção do curso em que estamos já se mostra desastrosa para toda a humanidade?


A alteração profunda do modelo econômico e tecnológico exigirá – principalmente dos que mais têm – grandes sacrifícios e renúncias, muita força, persistência e resignação. Exigirá negociações e acordos inusitados e considerados quase impossíveis entre as nações.


Para termos noção da enormidade da nossa insensatez e da nossa irresponsabilidade, basta-nos imaginar o que sentiríamos se nossos antepassados tivessem deixado o mundo para nós nas condições em que estamos entregando-o aos jovens de hoje e às futuras gerações. Não podemos continuar dilapidando a herança que recebemos e negando aos nossos descendentes o direito legítimo que eles têm de habitar a Terra como até há pouco ela era. Embora eles não possam punir muitos de nós, os que já tiverem morrido, com toda certeza nos condenarão e com mais rigor e razão ainda se não nos empenharmos decididamente, daqui para frente, em reparar o mal que já cometemos.


Por esse motivo, cabe-nos a obrigação de reduzir ao máximo – e onde possível eliminar – a emissão de elementos nocivos, tais como gases de efeito estufa, produtos químicos e novas entidades e recuperar com urgência e da forma mais abrangente possível todas as áreas da Terra que a ação humana já degradou.


É-nos obrigatório também manter íntegras, sem exceções, as áreas que porventura ainda conservem boas condições naturais, impedindo qualquer ação antrópica nelas, tais como de urbanização, agropecuária, mineração, pesca, extração de madeira e outras. A recuperação das áreas degradadas e a manutenção das condições das áreas ainda conservadas será, sabemos, cada vez mais difícil em uma realidade e com eventos extremos de seca e de chuvas, com incêndios florestais, ventos fortes e tempestades de poeira.


Está diante de nós, se quisermos, a possibilidade de um mundo futuro em que todos os seres humanos poderão viver em cooperação, em felicidade, com conhecimento e sabedoria, em harmonia com os animais e vegetais que sobreviverem às condições terríveis a que já os submetemos e condições que serão ainda bem piores. Devemos, em vez disso, escolher a morte, por que não podemos esquecer as nossas brigas, nosso egoísmo, nosso conforto pessoal?


Não podemos esperar que outros – principalmente governantes, políticos e empresários – assumam a dianteira do processo de transformação, pois, em geral, são eles os encarregados de manter o curso da destruição para garantir os privilégios dos que ganham com ela. Há muito eles já deveriam ter iniciado ações ambiciosas e decisivas para acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis, parar a destruição dos sistemas de suporte à vida na Terra e promover a justiça ambiental e climática para todos. Não o fizeram ou o fizeram de forma extremamente tímida.


Por isso, faz-se necessário responsabilizar, com base nos conceitos de precaução e prevenção, os governantes, legisladores e empresários pelas violações dos direitos humanos e ambientais decorrentes de sua omissão ou ação imprópria. Isso pode demandar um novo arcabouço jurídico que, por sua vez, dependerá dos legisladores, cuja competência, compromisso e honestidade têm se mostrado questionáveis.


A ciência não poderia ser mais clara. O custo da inação será medido em cidades destruídas, vidas perdidas, economias em colapso e espécies extintas, mas ainda há muito que pode e deve ser feito para evitar o pior.


A maior tarefa que temos no presente, talvez a maior de toda a história, é a de tomarmos profunda consciência de que somos, cada um de nós, em maior ou menor grau, um átomo da imensa bomba que está a explodir a Terra dia e noite, há mais de um século, com poder destrutivo que cresce exponencialmente com o tempo.


E uma vez conscientes, precisamos tomar a difícil decisão pessoal – mais difícil ainda de ser mantida – de assumirmos a dianteira das mudanças no lugar onde vivemos, convertendo-nos a um novo modo de vida que cause o menor impacto possível à natureza da qual todos dependemos.


Somente uma transformação interior sincera de cada um de nós poderá fazer com que outros, seguindo nosso exemplo, se transformem também e, assim, todos se unam para envolver firmemente no novo modo de vida a parcela da humanidade que tem se recusado a alterar a forma nociva de viver.


Apelamos como seres humanos aos seres humanos: lembremo-nos da nossa humanidade e esqueçamos o resto. Se pudermos fazer isso, o caminho estará aberto para um novo Paraíso; se não pudermos, estará diante de nós o risco da morte universal.


Compromisso, provindo da Vontade: do protagonismo, das atitudes e da decisão de redirecionar a história, os processos, os comportamentos

 

Por isso nós, os signatários desse Manifesto, tendo procurado nos informar da melhor maneira possível e ponderado longamente a respeito da situação atual, convidamos todas as pessoas de boa vontade, de toda a Terra, a refletirem profundamente sobre os temas, conceitos e princípios aqui expostos e depois, se concordarem com os termos desse Manifesto, a inserirem nele sua assinatura, como sinal de compromisso - com ênfase especial por parte das pessoas que mais possuem e que são responsáveis pela maior parcela do consumo – com um processo de conversão contínua no sentido de:


• Ser e não ter, relacionar e não dominar: optar por uma vida simples, frugal, plena e feliz, baseada na certeza de que a felicidade e a inteira realização de uma pessoa está no ser e não no ter, no criar e relacionar com amor e não no dominar e controlar; na busca de conhecimento e na partilha e não no consumo e na acumulação; no diálogo e na aceitação da diversidade e não no confronto e na intolerância; na fruição da beleza e do equilíbrio da natureza e não na sua destruição com o objetivo de satisfazer nossos desejos ao invés de obter dela, com responsável parcimônia, o que de fato precisamos para atender às nossas reais necessidades; não agir precipitadamente, mas repensar sempre para poder tomar a decisão mais adequada; não aceitar falsidades, aparências e superficialidades que possam trazer atenção e admiração, mas buscar sempre a verdade, a autenticidade, a humildade.


• Consumir o mínimo de materiais: reduzir ao máximo o consumo de bens materiais, principalmente daqueles bens cuja produção implique em subtração de novos recursos da natureza e/ou em geração de resíduos químicos, de novas entidades, de gases nocivos, de aerossóis e de outros elementos que agridem a natureza; evitar o uso de produtos descartáveis; reciclar, reutilizar ou reparar produtos o quanto possível em respeito à natureza, que é parcialmente destruída cada vez que algo dela é extraído para gerar produtos que usamos; dar preferência a alimentos não processados, que   não sejam de origem animal, produzidos em regiões próximas ao lugar onde cada um habita; diminuir ao máximo, em todos os sentidos, os custos ambientais que sua vida representa para o Planeta.


• Consumir o mínimo de energia: quase a totalidade da energia que nós, humanos, conseguimos obter é utilizada para mudarmos os recursos e ambientes da natureza em coisas, áreas e estruturas não naturais, muitas vezes supérfluas e prejudiciais à vida; adicionalmente, a geração de energia se faz a custo de subtração de materiais da natureza, o que a destrói, e transformação desses materiais em equipamentos, com uso de mais energia; tendo em conta o imenso poder da energia para desnaturar o Planeta, reduzir ao máximo o uso de energia em geral e priorizar o seu uso para a produção dos bens básicos, que atendam toda a população de forma equilibrada e sem exageros e para a produção, armazenamento e transporte de informações e não de objetos materiais; renunciar definitivamente ao uso de energia de origem fóssil; reduzir ao máximo as viagens e os deslocamentos feitos com uso de veículos motorizados, principalmente os  particulares; usar transporte coletivos.


• Recuperar e conservar a natureza: atuar da forma mais intensa possível para preservar as áreas do Planeta que ainda apresentam condições naturais íntegras, com sua fauna, flora, geologia, aquíferos, cursos e corpos d ́água, e para recuperar, o mais rápida e extensamente possível, as áreas degradadas e a sua biodiversidade, mesmo que isso implique em redução da atividade econômica e a devolução à natureza – por recuperação dos danos e por remoção abrangente de intervenções antrópicas – de áreas ocupadas por pessoas ou empreendimentos.


Como a recuperação das condições do Planeta será a soma de cada ação e da recuperação de cada uma das áreas degradadas (“pensar globalmente, agir localmente”), sugerimos às pessoas, que aderirem a esse Manifesto que, com  apoio de grupos, entidades ou comunidades que consigam envolver, estudem as condições do local ou da região em que habitam ou a que têm mais acesso, determinem as atividades mais necessárias para evitar a continuação dos danos ao ambiente, bem como as ações de recuperação ou de conservação mais adequadas a esse local ou região, e redijam propostas claras que possam receber a adesão de outros, constituindo-se, assim, cada uma dessas propostas, um termo de compromisso dos envolvidos.


Esses programas de ação poderão ser resumidos de forma clara e – se assim desejarem os seus signatários – vinculados como Adendos ao presente Manifesto. Dessa maneira, aos poucos um grande programa de recuperação e conservação poderá ser construído, engajando pessoas, grupos, comunidades, movimentos e organizações de todos os lugares e nacionalidades, constituindo uma rede de ações benéficas e eficazes, abrangendo todo o Planeta. Os Adendos poderão constituir-se ainda, pela proximidade ou coincidência de propósitos e métodos, pontes entre os diversos grupos, para que possam, utilizando os meios modernos de comunicação direta, trocarem experiências e coordenarem atividades.


Aqueles que assumirem o compromisso pessoal de mudança efetiva de modo de pensar e de viver, com vistas a implementar soluções realmente sustentáveis nesse novo tempo que chegou para todos, precisam,  portanto, se unir em grupos locais, regionais, nacionais  e internacionais, para que possam se fortalecer, se apoiar mutuamente e participar de um processo contínuo de reeducação e de conversão.


A força dessa união de pensamentos e ações envolverá e transformará toda a sociedade, criando um modelo social, político, econômico e tecnológico que respeite integralmente os limites do Planeta, a interdependência entre humanos e não-humanos e reconheça os direitos da natureza e de todos os seus entes, vivos ou não. Esse modelo deve priorizar o atendimento das necessidades de cada população com o uso racional dos recursos do seu território e impedir as práticas predatórias do sistema atual.


A cooperação e a solidariedade são essenciais para criar uma frente unida a favor da vida como um todo, uma comunidade capaz de superar as forças que se empenham em continuar a destruição ambiental.

 

 

Belo Horizonte, 9 de julho de 2024

 

Maria da Glória Cardoso de Campos, Belo Horizonte, Brasil

Simone de Pádua Thomaz, Belo Horizonte, Brasil

Júlio Cesar Dutra Grillo, Belo Horizonte, Brasil

Letícia Camarano Minas, Serra do Cipó, Brasil

Gerhard F. W. Maske, Constance, Germany

Renato Mattarelli Carli, Sabará, Brasil

Sandoval de Souza Pinto Filho, Congonhas, Brasil

Euler de Carvalho Cruz, Belo Horizonte, Brasil

Frei Basílio de Resende, Montes Claros, Brasil

Claire Castaings, Nanterre, França




Manifesto

Gaia - 2024

– Warning, Appeal, Commitment –

 

On July 9, 1955, during a press conference held in London, the Russell-Einstein Manifesto was presented to the world. It was drafted by Russell and endorsed by Einstein and nine other renowned scientists and intellectuals. The Manifesto aimed to alert the world to the dire consequences of nuclear war and proposed the peaceful resolution of international conflicts to avoid "universal death."


Based on the principles and concepts of various current thinkers and adopting several terms and phrases (italicized in the following text) from the 1955 document, the signatories of this Manifesto appeal to all their brothers, inhabitants of our Common Home, to become aware of the dire consequences – which could lead to a "universal death" – of environmental changes, including climate change, that we are causing across the Planet.


If you agree with the terms of this Manifesto, subscribe to it as a sign of your decision to adopt a new way of life that drastically reduces environmental impacts and simultaneously promotes true prosperity and happiness.

 

Warning, originating from Reason: from science and observation

 

The increasing imbalance that human actions have caused in Gaia, a unified system of entities and complex relationships of close interdependence that includes living beings - human or not - and the world in which they live, has resulted in damage that seriously endangers survival of humanity itself. If life as we know it is to continue, we urgently need a new way of thinking and a new way of living.


Indeed, in the tragic situation which confronts humanity, with rapid and escalating climate and ecosystem degradation, we feel that all of us must rethink our lives and seriously assess the dangers that have arisen as a result of a development based on rampant consumerism by a segment of the population at the expense of the majority of inhabitants, fauna, and flora of the Earth. This development is based on the illusion that infinite growth is possible on a finite Planet, on the myth that prosperity is only possible with growth, and on the presumption that we can abuse nature with impunity.


We are speaking on this occasion, not as members of this or that nation, continent, or creed, but as human beings, members of the species Homo Sapiens, whose existence in the coming decades and centuries is in doubt.


In addition to environmental degradation, the world is full of conflicts between individuals, social groups, ideologies, beliefs, countries, global strategic blocs, productive sectors, transnational and multinational companies, and members of government institutions. Furthermore, conflicts will surely worsen due to disputes over resources and strategic spaces resulting from the consistent intensification of environmental problems.


The intensification of rivalries could result in wars and the nuclear holocaust, long feared and never dispelled by global renunciation of nuclear weapons and by a decision of all the world's governments to find peaceful means to resolve all disputes among them.


We inherited from our ancestors a habitable, beautiful, relatively stable, balanced Planet, with immense resources that have allowed us to reach where we are today.

However, greed, selfishness, and the lack of vision of those who have taken positions of authority and those who have appropriated most of the economic goods have already put all of us at serious risk, with a significant threat to the survival of many in the present and future generations. There is no denying that a vast portion of the world's population remains on the margins of the touted benefits that technology, science, and policies of so-called economic development have brought to a minority, increasingly selfish and wealth-concentrating, of the contemporary civilization. Simply check the data regarding hunger, misery, and poverty among vast populations, the lack of basic sanitation and potable water, the situation in refugee camps, and the massive migrations of those seeking to escape inhuman conditions of life under local tyrannies or wars.


In a situation where rationality undoubtedly prescribes cooperation, sobriety, unity, solidarity, compassion, and non-violent action, humanity has preferred the historically trodden path of attacking groups and countries that each segment elects as its enemy, the culprit for the misfortune it suffers.


The general population, and even most people in positions of authority, have not yet realized, with the necessary depth and clarity, what is involved in the Planet's environmental situation. The general public has been led, albeit incipiently, to think only about climate change, whose effects on temperature, rainfall, and droughts are easier to perceive.


However, by 2023, we have already exceeded the safe limits for the continuation of life on Earth in at least five areas: biosphere integrity, novel entities, changes in land use and freshwater consumption, and biogeochemical flows. And, as it seems, three other limits will soon also be surpassed: ocean acidification, atmospheric aerosol loading, and ozone layer destruction.


Climate change – concentration of CO2 and other greenhouse gases, energy balance between Earth and space.

Novel entities – Pollution caused by new chemical compounds such as plastics, paints, pesticides, cosmetics, etc.

Stratospheric ozone depletion – Holes in the ozone layer caused by chlorine-containing gases like CFCs.

Atmospheric aerosol loading – Atmospheric pollutants such as dust and smoke.

Ocean acidification – Concentration of carbonate ions in the ocean.

Biogeochemical flows – Water pollution by nitrogen and phosphorus from agricultural fertilizers - Eutrophication.

Changes in freshwater availability – Amount of water available for humans and plants. Green: water contained in plants, soil, and clouds. Blue: water from rivers, lakes, glaciers, and aquifers.

Land-system use – Size of forested areas and other biomes.

Biosphere integrity – Loss of biodiversity and the speed of species extinction.


 

Many warnings have been uttered by eminent men of science and by authorities in politics, economics, and sociology. None of them will say that the worst and most degraded environmental and climatic conditions are certain. What they say is that these conditions are getting closer every day, and no one can be sure that they will not be reached in the coming years and decades if the precepts and directions of the current economy and technology are not immediately and drastically altered. We have not yet found that the views of experts on this question depend in any degree upon their politics or prejudices. They depend only, so far as our researches have revealed, upon the extent of the particular expert’s knowledge and intellectual honesty.


But what perhaps impedes understanding of the situation more than anything else is that the term “mankind” feels vague and abstract.


People scarcely realize in imagination that the danger is to themselves and their children and their grandchildren, and not only to a dimly apprehended humanity. They can scarcely bring themselves to grasp that they, individually, and those whom they love are in imminent danger of perishing agonizingly. And so they hope that current courses can continue, as long as some minor adjustments are made, as long as new technologies are developed. But most of the technology we have created since the Industrial Revolution has solved problems only at the cost of creating new and more complex problems, in an ever-increasing spiral. It has been proven, just like the economy, to be a technology that kills.


This hope that minor adjustments and advanced technologies will prevent serious degradation of the environment and climate is illusory. Most limits have already been exceeded, and returning to previous conditions will take hundreds, probably thousands of years, if the necessary changes are made extensively and rapidly.


Here, then, is the problem which we present, stark and dreadful and inescapable: Shall we put an end to the human species; or shall mankind renounce the current economic and technological model? Those who are advantaged today will hardly accept a change in course, as they prefer to maintain their privileges, which they consider to be acquired rights, even in the face of undeniable prospects of general annihilation.


 

Appeal, coming from the Heart: from common sense, responsibility, solidarity

 

Almost everybody who is politically conscious has strong feelings about one or more of these issues; but we want everyone, if can, to set aside such feelings and consider themselves only as members of a biological species which has had a remarkable history, and whose disappearance none of us can desire.


We shall try to say no single word which should appeal to one group rather than to another. We all, equally, are in peril, and, if the peril is understood, there is hope that we may collectively avert it.


We have to learn to think in a new way. We have to learn to ask ourselves, not what steps can be taken to allow, even with adjustments, the continuation of the economic and technological model and the social organization that brought us to the situation we are in, for there no longer are such steps; the question we have to ask ourselves is: what steps can be taken to define a new model that allows humanity to live in harmony with itself and with all living beings on the Planet? What steps can be taken to mitigate the consequences of the environmental damage we have already caused and to prevent its escalation in the short, medium, and long term, since the maintenance of our current course is proving to be disastrous to all humanity?


The profound alteration of the economic and technological model will require – especially from those who have the most – great sacrifices and renunciations, great strength, persistence, and resignation. It will require unprecedented negotiations and agreements considered to be almost impossible between nations.


To grasp the enormity of our recklessness and irresponsibility, we only need to imagine how we would feel if our ancestors had left us the world in the current condition we are leaving it to today's youth and future generations. We cannot continue to squander the inheritance we received and deny our descendants the legitimate right they have to inhabit the Earth as it was until recently. Although they may not be able to punish many of us who have already died, they will certainly condemn us with even greater rigor and reason if we do not decisively strive, from now on, to repair the harm we have already caused.


For this reason, it is our obligation to minimize – and, if possible, eliminate – the emission of harmful elements such as greenhouse gases, chemicals, and new entities and urgently and comprehensively restore all areas of Earth that human action has degraded.


It is also mandatory for us to keep intact, without exceptions, the areas that still remain with good natural conditions, preventing any anthropic action in them, such as urbanization, agriculture, mining, fishing, logging, and others. The restoration of degraded areas and the maintenance of still preserved areas will, as we know, become increasingly difficult in a reality with extreme events of droughts and rains, wildfires, strong winds, and dust storms.


There lies before us, if we choose, the possibility of a future world where all human beings can live in cooperation, happiness, with knowledge, and wisdom, in harmony with the surviving animals and plants that we have subjected to terrible conditions and conditions that will be even worse. Shall we, instead, choose death, because we cannot forget our quarrels, our selfishness, our personal comfort?


We cannot wait for others – especially leaders, politicians, and businessmen – to take the lead in the transformation process, as they are generally responsible for maintaining the course of destruction to ensure the privileges of those who benefit from it. They should have long ago initiated ambitious and decisive actions to end our dependence on fossil fuels, stop the destruction of life support systems on Earth, and promote environmental and climate justice for all. They have not done so or have done it insufficiently.


Therefore, it is necessary to hold rulers, legislators, and businessmen accountable, based on the concepts of precaution and prevention, for violations of human and environmental rights resulting from their omission or improper action. This may require a new legal framework, which will depend on lawmakers whose competence, commitment, and honesty have been questionable.


Science could not be clearer. The cost of inaction will be measured in destroyed cities, lost lives, collapsed economies, and extinct species, but there is still much that can and must be done to avoid the worst.


The greatest task we have now, perhaps the greatest in all history, is to deeply understand that each of us, to a greater or lesser extent, is an atom of the immense bomb that is devastating the Earth, day and night, and for over a century, with destructive power that has been exponentially growing over time.


And once aware, we need to make the difficult personal decision – even more difficult to maintain – to take the lead in changes where we live, converting to a new way of life that causes the least possible impact on the nature upon which we all depend.


Only a sincere inner transformation of each of us can make others, following our example, also transform. And, thus, everyone, united, could firmly involve, in the new way of life, the portion of humanity that has refused to chance the harmful way of living.


We appeal as human beings to human beings: let us remember our humanity and forget the rest. If we can do so, the way lies open to a new Paradise; if we cannot, there lies before us the risk of universal death.


 

Commitment, coming from the Will: from leadership, attitudes, and the decision to redirect history, processes, behaviors

 

Therefore, we, the signatories of this Manifesto, having sought to inform ourselves in the best possible manner and deliberated deeply on the current situation, invite all people of goodwill from all corners of the Earth to reflect deeply on the themes, concepts, and principles outlined here and then, if in agreement with the terms of this Manifesto, to add their signature as a sign of commitment – with a special emphasis from those who possess the most and are responsible for the greatest share of consumption – to a continuous conversion process aimed at:


Being rather than having, relating rather than dominating: opting for a simple, frugal, fulfilling, and happy life, based on the certainty that happiness and complete fulfillment come from being rather than having, from creating and relating with love rather than dominating and controlling; from seeking knowledge and sharing rather than consuming and accumulating; from dialogue and accepting diversity rather than confrontation and intolerance; from enjoying the beauty and balance of nature rather than destroying it to satisfy our desires, and instead responsibly obtaining what we truly need to meet our real needs; not acting hastily, but always pondering to make the most appropriate decision; not accepting falsehoods, appearances, and superficialities that might attract attention and admiration, but always striving for truth, authenticity, and humility


Consuming the least possible materials: minimizing consumption of material goods, especially those whose production involves depleting new natural resources and/or generating chemical waste, new entities, harmful gases, aerosols, and other elements that harm nature; avoiding the use of disposable products; recycling, reusing, or repairing products as much as possible in respect to nature, which is partially destroyed every time something is extracted from it to produce the goods we use; preferring unprocessed, non-animal-derived foods produced in regions close to where each person lives; minimizing in every way possible the environmental costs their life imposes on the Planet.


Consuming the least possible energy: almost all the energy we, as humans, manage to obtain is used to transform nature's resources and environments into non-natural things, areas, and structures, often superfluous and harmful to life; additionally, energy generation costs involve depleting natural materials, which destroys nature, and transforming these materials into equipment using even more energy; given the immense power of energy to alter the Planet, reducing energy use to the minimum and prioritizing its use for producing essential goods that meet the entire population's needs in a balanced and non-excessive manner, and for producing, storing, and transporting information rather than material objects; definitively renouncing the use of fossil energy; minimizing travel and displacements made using motor vehicles, especially private ones; using public transportation.


Restoring and conserving nature: acting as intensely as possible to preserve areas of the Planet that still maintain intact natural conditions, including their fauna, flora, geology, aquifers, watercourses, and bodies of water, and urgently and extensively restoring degraded areas and their biodiversity, even if this involves reducing economic activity and returning areas occupied by people or enterprises to nature, through recovery from damage and comprehensive removal of anthropic interventions.


As the restoration of the Planet's conditions will be the sum of each action and the recovery of each degraded area ("think globally, act locally"), we suggest that individuals who adhere to this Manifesto, with the support of groups, entities, or communities they can involve, study the conditions of the local or regional area where they live or have the most access, define the most necessary activities to prevent further environmental damage, as well as the most suitable recovery or conservation actions for that locality or region, and draft clear proposals that can receive the support of others, thereby constituting each of these proposals as a commitment term from those involved.


These action programs can be summarized clearly and – if desired by their signatories – attached as Addenda to this Manifesto. In this way, a comprehensive restoration and conservation program can gradually be built, engaging individuals, groups, communities, movements, and organizations from all places and nationalities, forming a network of beneficial and effective actions encompassing the entire Planet. The Addenda could also serve as bridges between different groups, due to their proximity or coinciding purposes and methods, enabling them to exchange experiences and coordinate activities using modern means of direct communication.

Those who commit to effectively changing their ways of thinking and living, aiming to implement truly sustainable solutions in this new era that has dawned upon us all, must, therefore, unite in local, regional, national, and international groups. This unity enables them to strengthen themselves, support one another, and engage in an

ongoing process of re-education and conversion.


The power of this collective union of thoughts and actions will engage and transform society as a whole, creating a social, political, economic, and technological model that fully respects the limits of the Planet, acknowledges the interdependence between humans and non-humans, and recognizes the rights of nature and all its entities, living or not. This model should prioritize meeting the needs of each population through the rational use of the territory's resources and prevent predatory practices of the current system.


Cooperation and solidarity are essential to forge a united front in favor of life as a whole, a community capable of overcoming the forces perpetuating environmental destruction.


 

Belo Horizonte, July 9, 2024

 

Maria da Glória Cardoso de Campos, Belo Horizonte, Brazil

Simone de Pádua Thomaz, Belo Horizonte, Brazil

Júlio Cesar Dutra Grillo, Belo Horizonte, Brazil

Letícia Camarano Minas, Serra do Cipó, Brazil

Gerhard F. W. Maske, Constance, Germany

Renato Mattarelli Carli, Sabará, Brazil

Sandoval de Souza Pinto Filho, Congonhas, Brazil

Euler de Carvalho Cruz, Belo Horizonte, Brazil

Friar Basílio de Resende, Montes Claros, Brazil

Claire Castaings, Nanterre, France

Yvon Castaings, Nanterre, France

 

 

 

 

Yvon Castaings, Nanterre, França

 







 Manifeste

Gaïa -  2024

 – Avertissement, Appel, Engagement –

 

Le 9 juillet 1955, lors d'une conférence de presse tenue à Londres, le Manifeste Russell-Einstein a été présenté au monde, rédigé par Russell et signé par Einstein ainsi que neuf autres scientifiques et intellectuels de renom. Ce manifeste visait à alerter le monde sur les terribles conséquences d'une guerre nucléaire et à proposer une résolution pacifique des conflits internationaux pour éviter une "mort universelle".


En se basant sur les principes et concepts de divers penseurs contemporains et en adoptant plusieurs termes et phrases (en italique dans le texte suivant) du document de 1955, les signataires de ce Manifeste appellent tous leurs frères, habitants de notre Maison Commune, à prendre conscience des terribles conséquences – pouvant aller jusqu'à une "mort universelle" – des altérations environnementales, parmi lesquelles les changements climatiques, que nous provoquons sur l'ensemble de la Planète.


Et, si vous êtes d'accord avec les termes de ce Manifeste, signez-le également comme signe de votre décision d'adopter un nouveau mode de vie réduisant drastiquement les impacts environnementaux, tout en procurant une prospérité et un bonheur véritables.


Avertissement, provenant de la Raison: de la science et de l'observation

 

Le déséquilibre croissant que actions humaines ont causé à Gaïa, système unifié d’entités et de relations complexes d'étroite interdépendance qui comprend les êtres vivants - humains ou non - et le monde dans lequel ils vivent, a entraîné des dommages qui mettent gravement en péril la survie de l'humanité elle-même. Pour que la vie telle que nous la connaissons continue, nous avons besoin de toute urgence d'un nouveau mode de pensée et d'une nouvelle manière de vivre.


En effet, dans la situation tragique à laquelle l'humanité est confrontée, avec la dégradation rapide et croissante du climat et des écosystèmes, nous ressentons que nous devons tous repenser notre vie et évaluer sérieusement les dangers résultant d'un développement basé sur le consumérisme effréné d'une partie de la population au détriment de la grande majorité des habitants, de la faune et de la flore de la Terre, un développement fondé sur l'illusion qu'une croissance infinie est possible sur une Planète finie, sur le mythe que la prospérité n'est possible qu'avec la croissance et sur la présomption que nous pouvons abuser de la nature en toute impunité..


Nous parlons en cette occasion, non pas en tant que membres de telle ou telle partie de la société, de la ville, du pays ou de la croyance, mais en tant qu'êtres humains, membres de l'espèce Homo Sapiens, dont l'existence dans les prochaines décennies et siècles est incertaine.


Outre la dégénérescence environnementale, le monde est rempli de conflits entre personnes, groupes sociaux, idéologies et croyances, pays, blocs stratégiques mondiaux, secteurs productifs, entreprises transnationales et multinationales, et membres des institutions gouvernementales. Et les conflits s'aggraveront, à coup sûr, en raison des disputes pour les ressources et les espaces stratégiques, résultant des problèmes environnementaux qui se sont accentués chaque jour.


L'intensification des rivalités pourrait aboutir à des guerres et à l'hécatombe nucléaire tant redoutée et jamais écartée par un renoncement mondial aux armes nucléaires et par une décision, de la part de tous les gouvernements du monde, de trouver des moyens pacifiques de résoudre toutes les questions de litiges entre eux.


Nous avons reçu de nos ancêtres une Planète habitable, belle, relativement stable, équilibrée, avec une immense quantité de ressources qui nous ont permis d'arriver là où nous en sommes.


Cependant, le manque de vision, la cupidité et l'égoïsme de ceux qui ont assumé des postes d'autorité et de ceux qui se sont appropriés la majeure partie des biens économiques nous ont déjà mis tous en grave danger, menaçant la survie de beaucoup dans le présent et des générations futures. On ne peut nier qu'une immense partie de la population mondiale reste à l'écart des avantages proclamés que la technologie, la science et les politiques du développement économique ont apportés à une minorité de plus en plus égoïste et concentratrice de richesses, de revenus et de bienfaits de la civilisation contemporaine. Il suffit de vérifier les données relatives à la faim, à la misère et à la pauvreté de vastes populations, au manque d'assainissement de base et d'eau potable, à la situation des camps de réfugiés et aux migrations massives de ceux qui cherchent à fuir les conditions inhumaines de la vie sous des tyrannies locales ou des guerres.


Dans une situation où la rationalité prescrit indubitablement la coopération, la sobriété, l'union, la solidarité, la compassion et l'action non violente, l'humanité a préféré la voie historiquement tracée de l'attaque des groupes et des pays que chaque faction désigne comme son ennemi, le coupable des maux dont elle souffre.


La population en général, et même la plupart des personnes en positions d'autorité, n'ont pas encore perçu, avec la profondeur et la clarté nécessaires, ce qui est en jeu dans la situation environnementale de la Planète. Le public en général a été amené, de manière encore incertaine, à penser uniquement en termes de changements climatiques, dont les effets sur la température, les pluies et les sécheresses sont plus faciles à percevoir.


Cependant, au moins sur cinq autres fronts, nous avons déjà dépassé, en 2023, les limites des conditions sûres pour la continuation de la vie sur Terre: l'intégrité de la biosphère, les nouvelles entités, les changements dans l'utilisation des terres et de l'eau douce, et les flux biogéochimiques. Trois autres limites, selon toute vraisemblance, seront également bientôt dépassées: l'acidification des océans, la charge d'aérosols atmosphériques et la destruction de la couche d'ozone[1].


Changements climatiques – concentration de CO2 et d'autres gaz à effet de serre, bilan énergétique entre la Terre et l'espace.

Nouvelles entités - Pollution causée par de nouveaux composés chimiques tels que plastiques, peintures, pesticides, cosmétiques, etc.

Destruction de l'ozone stratosphérique – Trous dans la couche d'ozone provoqués par le chlore contenu dans les gaz contenant du chlore et du fluor (CFC).

Charge atmosphérique d'aérosols - Polluants atmosphériques tels que poussière et fumée.

Acidification des océans - Concentration d'ions carbonate dans l'océan.

Flux biogéochimiques – Pollution des eaux par l'azote et le phosphore des engrais agricoles - Eutrophisation.

Changements dans l'eau douce - Quantité d'eau disponible pour les humains et les plantes. Vert: eau contenue dans les plantes, le sol et les nuages. Bleu: eau des rivières, lacs, glaciers et aquifères.

Changements dans l'utilisation des terres – Taille de la surface des forêts et autres biomes.

Intégrité de la biosphère – Perte de biodiversité et vitesse d'extinction des espèces.


De nombreux avertissements ont été émis au cours des dernières décennies par d'éminents hommes de science et par des autorités en politique, économie et sociologie. Aucun d'entre eux ne dira que les pires et les plus dégradées des conditions environnementales et climatiques sont certaines. Ce qu'ils disent, c'est que ces conditions se rapprochent chaque jour davantage et que personne ne peut être certaine qu'elles ne seront pas atteintes dans les prochaines années et décennies si les préceptes et orientations de l'économie et de la technologie actuelles ne sont pas immédiatement et drastiquement modifiés. Nous n'avons pas encore découvert que les opinions des spécialistes sur ces questions dépendent, en quelque mesure que ce soit, de leurs tendances politiques ou préjugés. Elles dépendent uniquement, autant que nos recherches l'ont révélé, de l'étendue des connaissances et de l'honnêteté intellectuelle du spécialiste en question.



Mais ce qui peut-être empêche la compréhension de la situation, plus que toute autre chose, c'est que le terme "humanité" semble vague et abstrait. Les gens perçoivent à peine dans leur imagination que le danger est pour eux-mêmes, pour leurs enfants et leurs petits-enfants, et non seulement pour une humanité vaguement appréhendée. Ils ont du mal à comprendre qu'eux, individuellement, et ceux qu'ils aiment, sont en danger imminent de périr de manière agonisante. Et ainsi, ils espèrent que les orientations actuelles peuvent continuer, à condition que quelques ajustements mineurs soient faits, à condition que de nouvelles technologies soient développées. Mais la plupart des technologies que nous avons créées depuis la Révolution Industrielle ont résolu des problèmes uniquement au prix de la création de nouveaux et plus difficiles problèmes, dans une spirale croissante. Elles se sont révélées, tout comme l'économie, être des technologies qui tuent.


Cette espérance que des ajustements ponctuels et des technologies avancées empêcheront la grave dégénérescence de l'environnement et du climat est illusoire. La plupart des limites ont déjà été dépassées et le retour aux conditions précédentes prendra des centaines, probablement des milliers d'années, et cela seulement si les modifications nécessaires sont faites de manière étendue et rapide.


Voici donc le problème que nous posons, sévère, terrible et inévitable: devons-nous mettre fin à l'espèce humaine ou l'humanité renoncera-t-elle au modèle économique et technologique actuel ? Les personnes qui sont en avantage aujourd'hui accepteront difficilement de changer de cap, car elles préfèrent conserver leurs privilèges, qu'elles considèrent comme des droits acquis, même face aux perspectives indéniables d'anéantissement général.


 

Appel, provenant du Cœur: du bon sens, de la responsabilité, de la solidarité

 

Presque toutes les personnes politiquement conscientes ont des sentiments forts sur une ou plusieurs de ces questions; mais nous voulons que tous, si possible, mettent de côté ces sentiments et se considèrent simplement comme des membres d'une espèce biologique qui a eu une histoire remarquable et dont la disparition, aucun de nous ne peut souhaiter. Nous essaierons de ne pas dire un seul mot qui devrait plaire à un groupe et non à un autre. Nous sommes tous, également, en danger et, si ce danger est compris, il y a de l'espoir que nous pourrons  collectivement l'éviter.


Nous devons apprendre à penser d'une nouvelle manière. Nous devons apprendre à nous demander non quelles mesures peuvent être prises pour permettre, même avec des ajustements, la continuation du modèle économique et technologique et de l'organisation sociale qui nous a menés à la situation actuelle, car il n'existe plus de telles mesures; la question que nous devons nous poser est: quelles mesures peuvent être prises pour définir un nouveau modèle permettant à l'humanité de vivre en harmonie avec elle-même et avec tous les êtres vivants de la Planète ? Quelles mesures peuvent être prises pour atténuer les conséquences des dommages environnementaux que nous avons déjà causés et éviter leur amplification à court, moyen et long terme, puisque le maintien du cap actuel s'avère déjà désastreux pour toute l'humanité ?


La modification profonde du modèle économique et technologique exigera – principalement de ceux qui ont le plus – de grands sacrifices et renoncements, beaucoup de force, de persistance et de résignation. Elle exigera des négociations et des accords inédits et considérés presque impossibles entre les nations.


Pour prendre conscience de l'ampleur de notre folie et de notre irresponsabilité, il nous suffit d'imaginer ce que nous ressentirions si nos ancêtres nous avaient laissé le monde dans l'état où nous le laissons aux jeunes d'aujourd'hui et aux générations futures. Nous ne pouvons pas continuer à dilapider l'héritage que nous avons reçu et à nier à nos descendants le droit légitime qu'ils ont d'habiter la Terre telle qu'elle était encore récemment. Bien qu'ils ne puissent pas punir beaucoup d'entre nous, ceux qui seront déjà morts, ils nous condamneront certainement et avec encore plus de rigueur et de raison si nous ne nous efforçons pas résolument, dorénavant, de réparer le mal que nous avons déjà commis.


Pour cette raison, nous avons l'obligation de réduire au maximum – et là où c'est possible d'éliminer – l'émission d'éléments nocifs, tels que les gaz à effet de serre, les produits chimiques et les nouvelles entités, et de récupérer d'urgence et de la manière la plus étendue possible toutes les zones de la Terre que l'action humaine a déjà dégradées.


Il nous est également obligatoire de maintenir intactes, sans exception, les zones qui conservent encore de bonnes conditions naturelles, en empêchant toute action anthropique sur elles, telles que l'urbanisation, l'agriculture, l'exploitation minière, la pêche, l'extraction de bois et autres. La récupération des zones dégradées et le maintien des conditions des zones encore préservées seront, nous le savons, de plus en plus difficiles dans une réalité avec des événements extrêmes de sécheresse et de pluies, avec des incendies de forêt, des vents violents et des tempêtes de poussière.


Il s'offre à nous, si nous le voulons, la possibilité d'un monde futur où tous les êtres humains pourront vivre en coopération, en bonheur, avec connaissance et sagesse, en harmonie avec les animaux et les plantes qui survivront aux conditions terribles auxquelles nous les avons déjà soumis et qui seront encore bien pires. Devons-nous, au lieu de cela, choisir la mort, car nous ne pouvons pas oublier nos querelles, notre égoïsme, notre confort personnel ?


Nous ne pouvons pas attendre que d'autres – en particulier les dirigeants, les politiciens et les entrepreneurs – prennent la tête du processus de transformation, car, en général, ce sont eux qui sont chargés de maintenir le cap de la destruction pour garantir les privilèges de ceux qui en profitent. Ils auraient dû depuis longtemps déjà lancer des actions ambitieuses et décisives pour mettre fin à notre dépendance aux combustibles fossiles, arrêter la destruction des systèmes de soutien à la vie sur Terre et promouvoir la justice environnementale et climatique pour tous. Ils ne l'ont pas fait ou l'ont fait de manière extrêmement timide.


C'est pourquoi il est nécessaire de tenir pour responsables, sur la base des concepts de précaution et de prévention, les gouvernants, législateurs et entrepreneurs pour les violations des droits humains et environnementaux résultant de leur omission ou de leur action inappropriée. Cela peut nécessiter un nouveau cadre juridique qui, à son tour, dépendra des législateurs, dont la compétence, l'engagement et l'honnêteté se sont révélés discutables.


La science ne pourrait être plus claire. Le coût de l'inaction se mesurera en villes détruites, vies perdues, économies en effondrement et espèces éteintes, mais il y a encore beaucoup à faire et qui doit être fait pour éviter le pire.


La plus grande tâche que nous avons actuellement, peut-être la plus grande de toute l'histoire, est de prendre profondément conscience que nous sommes, chacun de nous, dans une plus ou moins grande mesure, un atome de l'immense bombe qui fait exploser la Terre jour et nuit depuis plus d'un siècle, avec un pouvoir destructeur qui croît exponentiellement avec le temps.


Et une fois conscients, nous devons prendre la décision personnelle difficile – encore plus difficile à maintenir – de prendre la tête des changements là où nous vivons, en nous convertissant à un nouveau mode de vie ayant le moins d'impact possible sur la nature dont nous dépendons tous.


Seule une transformation intérieure sincère de chacun de nous pourra inciter les autres, suivant notre exemple, à se transformer également et ainsi, tous ensemble, à impliquer fermement dans le nouveau mode de vie la part de l'humanité qui a refusé de changer sa manière nuisible de vivre.


Nous faisons appel en tant qu'êtres humains aux êtres humains: souvenons-nous de notre humanité et oublions le reste. Si nous pouvons le faire, le chemin sera ouvert vers un nouveau Paradis; si nous ne pouvons pas, le risque de la mort universelle se dressera devant nous.


 

Engagement, provenant de la Volonté: du leadership, des attitudes, de la décision de rediriger l'histoire, les processus, les comportements

 

C’est pourquoi nous, les signataires de ce Manifeste, ayant cherché à nous informer du mieux possible et longuement réfléchi à la situation actuelle, invitons toutes les personnes de bonne volonté, de toute la Terre, à réfléchir profondément sur les thèmes, concepts et principes exposés ici et ensuite, si elles sont d'accord avec les termes de ce Manifeste, à y apposer leur signature, comme signe d'engagement - avec une emphase particulière de la part des personnes qui possèdent le plus et qui sont responsables de la plus grande part de la consommation - avec un processus de conversion continue dans le sens de:


Être et non avoir, se relier et non dominer: opter pour une vie simple, frugale, pleine et heureuse, basée sur la certitude que le bonheur et l'accomplissement total d'une personne résident dans l'être et non dans l'avoir, dans la création et la relation avec amour et non dans la domination et le contrôle; dans la recherche de la connaissance et le partage et non dans la consommation et l'accumulation; dans le dialogue et l'acceptation de la diversité et non dans la confrontation et l'intolérance; dans la jouissance de la beauté et de l'équilibre de la nature et non dans sa destruction dans le but de satisfaire nos désirs au lieu d'en obtenir, avec une parcimonie responsable, ce dont nous avons vraiment besoin pour répondre à nos besoins réels; ne pas agir précipitamment, mais toujours reconsidérer pour pouvoir prendre la décision la plus appropriée; ne pas accepter les faussetés, les apparences et les superficialités qui peuvent apporter attention et admiration, mais toujours chercher la vérité, l'authenticité, l'humilité.


Consommer le minimum de matériaux: réduire au maximum la consommation de biens matériels, principalement ceux dont la production implique la soustraction de nouvelles ressources de la nature et/ou la génération de déchets chimiques, de nouvelles entités, de gaz nocifs, d'aérosols et d'autres éléments qui nuisent à la nature; éviter l'utilisation de produits jetables; recycler, réutiliser ou réparer les produits autant que possible par respect pour la nature, qui est partiellement détruite chaque fois que quelque chose en est extrait pour générer les produits que nous utilisons; préférer les aliments non transformés, qui ne sont pas d'origine animale, produits dans des régions proches du lieu où chacun habite; diminuer au maximum, sous tous ses aspects, les coûts environnementaux que votre vie représente pour la Planète.


Consommer le minimum d'énergie: presque toute l'énergie que nous, humains, parvenons à obtenir est utilisée pour transformer les ressources et les environnements naturels en choses, zones et structures non naturelles, souvent superflues et nuisibles à la vie; de plus, la production d'énergie se fait au prix de la soustraction de matériaux de la nature, ce qui la détruit, et de la transformation de ces matériaux en équipements, avec l'utilisation de plus d'énergie; compte tenu de l'immense pouvoir de l'énergie pour dénaturer la Planète, réduire au maximum l'utilisation de l'énergie en général et privilégier son utilisation pour la production des biens de base, qui répondent aux besoins de toute la population de manière équilibrée et sans excès et pour la production, le stockage et le transport d'informations et non d'objets matériels; renoncer définitivement à l'utilisation de l'énergie d'origine fossile; réduire au maximum les voyages en avion et le déplacements effectués avec des véhicules motorisés, principalement ceux particuliers; utiliser les transports collectifs.

 

Récupérer et conserver la nature: agir de la manière la plus intense possible pour préserver les zones de la Planète qui présentent encore des conditions naturelles intactes, avec leur faune, leur flore, leur géologie, leurs aquifères, leurs cours d'eau et leurs plans d'eau, et pour récupérer, le plus rapidement et le plus largement possible, les zones dégradées et leur biodiversité, même si cela implique une réduction de l'activité économique et la restitution à la nature - par la réparation des dommages et l'enlèvement étendu des interventions anthropiques - des zones occupées par des personnes ou des entreprises.


Comme la récupération des conditions de la Planète sera la somme de chaque action et de la récupération de chaque zone dégradée ("penser globalement, agir localement"), nous suggérons aux personnes qui adhèrent à ce Manifeste que, avec le soutien de groupes, d'entités ou de communautés qu'elles peuvent mobiliser, elles étudient les conditions du lieu ou de la région où elles habitent ou auxquelles elles ont le plus accès, déterminent les activités les plus nécessaires pour éviter la poursuite des dommages environnementaux, ainsi que les actions de récupération ou de conservation les plus adaptées à ce lieu ou à cette région, et rédigent des propositions claires qui peuvent recevoir l'adhésion d'autres, constituant ainsi, chacune de ces propositions, un terme d'engagement des parties concernées.


Ces programmes d'action pourront être résumés de manière claire et - si leurs signataires le souhaitent - être liés comme Addendums au présent Manifeste. De cette manière, peu à peu, un grand programme de récupération et de conservation pourra être construit, engageant des personnes, des groupes, des communautés, des mouvements et des organisations de tous les lieux et nationalités, constituant un réseau d'actions bénéfiques et efficaces couvrant toute la Planète. Les Addendums pourront encore, par la proximité ou la coïncidence des objectifs et des méthodes, constituer des ponts entre les divers groupes, afin qu'ils puissent, en utilisant les moyens modernes de communication directe, échanger des expériences et coordonner des activités.


Ceux qui s'engagent personnellement à un changement effectif de mode de pensée et de vie, dans le but de mettre en œuvre des solutions véritablement durables en cette nouvelle ère qui s'ouvre à nous tous, doivent donc se rassembler en groupes locaux, régionaux, nationaux et internationaux, afin de se renforcer, de se soutenir mutuellement et de participer à un processus continu de rééducation et de conversion.


La force de cette union de pensées et d'actions impliquera et transformera toute la société, en créant un modèle social, politique, économique et technologique qui respecte intégralement les limites de la Planète, l'interdépendance entre humains et non-humains et qui reconnaisse les droits de la nature et de tous ses êtres, vivants ou non. Ce modèle doit prioriser la satisfaction des besoins de chaque population par l'utilisation rationnelle des ressources de son territoire et empêcher les pratiques prédatrices du système actuel.


La coopération et la solidarité sont essentielles pour créer un front uni en faveur de la vie dans son ensemble, une communauté capable de surmonter les forces qui s'efforcent de poursuivre la destruction environnementale.


Belo Horizonte, le 9 juillet 2024

 

Maria da Glória Cardoso de Campos, Belo Horizonte, Brésil

Simone de Pádua Thomaz, Belo Horizonte, Brésil

Júlio Cesar Dutra Grillo, Belo Horizonte, Brésil

Letícia Camarano Minas, Belo Horizonte, Brésil

Gerhard F. W. Maske, Constance, Allemagne

Renato Mattarelli Carli, Sabará, Brésil

Sandoval de Souza Pinto Filho, Congonhas, Brésil

Euler de Carvalho Cruz, Belo Horizonte, Brésil

Frère Basílio de Resende, Montes Claros, Brésil

Claire Castaings, Nanterre, France

Yvon Castaings, Nanterre, France


 
 
 

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3 Comments


rosariopazplena
rosariopazplena
Jul 20, 2024

Paz plena.

Como o responsável falhou, então o Projeto em torno da Verdade continuou na perfeita sequência, que estava acontecendo, mas teve que ser acelerado, pois o segundo Projeto em torno da Paz Plena, que é a implantação do Reino de Deus na Terra teve que ser antecipado por 34 anos.

No dia 11/01/1980, Jesus julgou que o Projeto dele teve que ser adiado ou até mesmo abortado, mas Jesus recebeu o aviso de Deus Pai que o Projeto dele foi antecipado. O novo profeta teve que ser preparado antes da virado do milênio.

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rosariopazplena
rosariopazplena
Jul 20, 2024

Paz plena.

No ano de 1980 tudo estava preparado para que Deus pudesse intervir e auxiliar a humanidade a encontrar a saída por meio da compreensão da VERDADE e da PAZ PLENA.

Mas quem estava em condições de dar total apoio aos Projetos de São Francisco, em torno da Verdade e de Jesus, em torno da implantação do Reino de Deus na Terra, como Jesus nos ensinou a pedir no Pai Nosso, falhou totalmente.


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rosariopazplena
rosariopazplena
Jul 20, 2024

Paz plena. O texto é bom profundo, mas a saída só poderá vir de quem tem todo o poder para resolver, que é Deus Pai Mãe.

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