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QUEM É JESUS? Uma Homilia para o Segundo Domingo do TC, ano A

  • Foto do escritor: Frei Basílio de Resende ofm
    Frei Basílio de Resende ofm
  • 15 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura

SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM. Ano A


QUEM É JESUS CRISTO?


“Também eu não o conhecia” (Jo 1,31). Tal é a afirmação de João Batista... no entanto seu primo. Da mesma maneira, muitos cristãos, que levam o nome do Cristo, parecem permanecer numa ignorância ou num conhecimento incompleto dEle.


Tentemos, hoje, conhecer melhor a Jesus, através dos quatro títulos que o Evangelho de hoje lhe dá:

· O Cordeiro de Deus,

· Aquele que tira o pecado do mundo,

· Aquele que preexiste a todo indivíduo humano “Ele existia antes de mim”,

· Aquele que mergulha no Espírito Santo “Aquele que batiza no Espírito Santo”.


O Cordeiro de Deus,


Essa expressão que, para nós, parece designar somente a doçura ou a inocência do pequeno cordeiro, no entanto, para a cultura judaica tinha todo um outro sentido.


A grande festa de Israel era a Páscoa. Numa refeição familiar ritual, comia-se um cordeiro por família. Este cordeiro pascal era o “memorial” da libertação! O povo de Israel, que havia sido escravo no Egito, colocou nos portais das portas das casas o sangue do cordeiro imolado, sinal de salvação: esse sangue do cordeiro os havia salvo da morte e lhes havia permitido sair do inferno da escravidão para entrar da Terra Prometida, terra de liberdade e de felicidade, “onde correm leite e mel”.


Ao designar Jesus, como o Cordeiro de Deus, João Batista o designa então como o Salvador, o Libertador. E há nessa expressão algo de sangue derramado, de trágico. Alguém se sacrifica para que outros vivam: é o “servo sofredor”, descrito pelo profeta Isaias (Is 53.5-7)... “transpassado por causa de nossos crimes”


Saberemos aproveitar deste evangelho para descobrir que Jesus é um combatente e que Ele se bate por nós; que Ele está do nosso lado cada vez que lutamos contra o mal, a escravidão, o pecado?


Aquele que tira o pecado do mundo,


Através dessas palavras, nós entramos na amplitude do combate de Jesus. Não se trata de uma pequena escaramuça, passageira e sem importância. Trata-se de nada menos que “do mundo”, de todo o gênero humano, e não mais somente do povo de Israel.


E nós somos convidados a reparar bem no terrível singular: “o pecado”. Isso nos sugere uma espécie de solidariedade de todos os seres humanos na catástrofe do mal. Quando pecamos, acontece de crer que estamos isolados, ao abrigo, às escondidas. E pensamos que tal ato só interessa a nós mesmos: a cada um a sua consciência, ouvimos às vezes, para se justificar. Ora, Jesus nos revela que cada um de nossos atos, bons ou maus, aumenta a dose de vida ou de morte... que faz crescer ou destruir a humanidade. O pecado é uma realidade única à qual nós participamos, cada um ou cada uma com sua parte.


Ora Jesus é o Libertador universal. Ele não é apenas o homem de Nazaré, o carpinteiro. Isso seria reduzir sua identidade. Ele é o Salvador do mundo.


Aquele que preexiste a todo indivíduo humano “Ele existia antes de mim”,


Até aqui, estamos ainda numa linguagem humana, compreensível pela razão. Mas eis que João, o evangelista, o teólogo, nos apresenta o fruto de sua longa meditação sobre a pessoa de Jesus. Ele coloca na boca de João Batista estas palavras misteriosas: “Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim” (Jo 1,30). Nós sabemos, pelo Evangelho de Lucas (Lc 1,26), que João Batista era mais velho que Jesus, concebido seis meses antes dEle. Mas, para conhecer Jesus, é necessário ultrapassar as aparências;


De fato, o nascimento de Jesus segundo a carne em Belém, é apenas a imagem de um outro nascimento, segundo o Espírito, desde toda a eternidade. “Ele é Deus, nascido de Deus, gerado não criado, nascido do Pai antes de todos os séculos”.


Aquele que mergulha no Espírito Santo “Aquele que batiza no Espírito Santo”.


Porque Ele mergulha, por sua pessoa, no mistério mesmo de Deus, Jesus é também Aquele que pode nos mergulhar – esse é o sentido da palavra “batismo” -, nos batizar em Deus. E eis que estamos agora num outro mistério ainda maior.


João Batista dava apenas um batismo de água. Mas ele anuncia alguém que dará um batismo totalmente diferente, alguém que mergulhará a humanidade num meio divino, no Espírito mesmo de Deus.


Cremos de verdade neste aspecto da pessoa profunda de Jesus? Cremos que Ele nos introduz em Deus, na sua própria família, “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”?... Cremos que Jesus nos torna “participantes da natureza divina”, como escreve São Pedro (2Pd 1,4)?

O Padre Cardin dizia: “O menor aprendiz vale todo o ouro do mundo!”. É isto! Por Jesus, Filho único de Deus, cada indivíduo humano é chamado a ser um “filhinho de Deus”


(Do livro “Les Entretiens du Dumanche”, Noel Quesson,é chamado a ser Anée A, ‘Droguet-Ardant, 1991, p. 102-205. Tradução de Frei Basílio de Resende ofm)


 
 
 

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2 comentários


rosariopazplena
rosariopazplena
16 de jan. de 2023

Paz plena. Falar sobre o passado é muito fácil. O difícil é entender e compreender o presente.

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rosariopazplena
rosariopazplena
16 de jan. de 2023

Paz plena. Falar sobre o passado é muito fácil. O difícil é entender e compreender o presente.

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